Quando decidi morar em Portugal, escolhi viver em Matosinhos. Uma cidade pequena e litorânea, vizinha da conhecida cidade do Porto. Mal sabia que a minha escolha ultrapassaria todas as expectativas.
Conhecida por suas praias, restaurantes típicos e um calçadão renomado, Matosinhos será a capital europeia do desporto em 2025, e acredito, tem um dos mais belos pôr do sol que conheço.
Para falar dessa cidade que atrai mais turistas, a cada dia, sem perder a sua essência de cidade piscatória, a coluna “em Terras Lusas” decidiu conversar com a Presidente da Câmara, Luísa Salgueiro, que comanda o conselho desde outubro de 2017.
“A nossa estratégia de promoção focou-se em vários pilares, sendo um dos mais estratégicos a gastronomia. Temos uma marca forte e reconhecida – World’sbestfish – e mais de 400 restaurantes que oferecem uma gastronomia autêntica e intrinsecamente ligada com a atividade piscatória. Depois trabalhamos muito todo o lifestyle associado ao surf e aos nossos 16 quilômetros de costa, que se concentra no desporto, mas também na qualidade de vida, com uma enorme oferta de atividades ao ar livre”, disse.
Ela comenta que são considerados a terra Natal dos únicos dois Pritzker portugueses – Siza Vieira e Souto de Moura – e tem obras emblemáticas no panorama arquitetônico internacional, cujos expoentes máximos serão a Piscina de Marés, em Leça da Palmeira, da autoria do arquiteto Siza Vieira e a marginal de Matosinhos, da autoria do arquiteto Souto de Moura.
“Quanto ao Terminal do Porto de Leixões, certamente desempenha um papel importante no aumento do tráfego de turistas, mas é apenas mais uma alavanca para a mudança. A combinação dos nossos esforços, a promoção da cultura local, e o crescente interesse pelos destinos menos óbvios também contribuiu significativamente para atrair visitantes a Matosinhos“, explica.
Além da Piscina de Marés, a Casa da Arquitetura ou as nossas praias, visitar o Mercado Municipal de Matosinhos faz parte da experiência de conhecer Matosinhos. Trata-se de um espaço vibrante – projetado pelo arquiteto Fernando Távora, considerado o pai da escola de arquitetura do Porto – e é perfeito para experimentar a gastronomia local no meio dos vendedores mais tradicionais de peixe e de hortícolas. Visitar as nossas tradicionais fábricas de conservas de peixe ou a Igreja do Bom Jesus de Matosinhos são outros pontos obrigatórios.
Considerando o crescimento dos últimos dez anos, ela imagina Matosinhos em 2030 como uma cidade dinâmica e moderna, que conseguiu equilibrar o seu crescimento urbano com as necessidades das pessoas que cá moram, trabalham e estudam.
Há um crescimento na Inovação e Tecnologia e no número de startups e empresas ligadas ao setor marítimo e às energias renováveis.
“Nesse sentido, Matosinhos deverá consolidar-se como um centro de excelência nessas áreas. Em Matosinhos, temos traçada a meta de ser uma cidade neutra em carbono em 2030 e isso será verdadeiramente transformador. Temos um roteiro para a descarbonização, que está já em implementação, onde estão definidos os objetivos e a forma de os alcançar. O desafio que lançámos às empresas e à comunidade foi o de implementar práticas e infraestruturas sustentáveis que minimizem as pegadas de carbono, tendo a autarquia sempre como a grande força motriz de todo este processo”, complementa.
Espero que o leitor possa ter compreendido como a cidade de Matosinhos mudou, e vem mudando, sob a gestão da Senhora Luísa Salgueiro e tenha se apercebido de que quando o exercício da política vem acompanhado de um senso de justiça e empatia refinados, os resultados são sempre frutíferos e inspiradores.