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“Eu não vou desistir”: a força e o amor de uma avó que luta pela vida do neto, Rhavi

Avó busca tratamento para bebê, que sofreu um dano cerebral grave após afogamento

Maria Cristina da Silva Barros, de 50 anos, tem a vida marcada pela tragédia que transformou sua rotina em uma batalha diária. Avó de Rhavi, o menino que sobreviveu a um afogamento e luta contra graves sequelas neurológicas, ela carrega nos ombros o peso da culpa, a responsabilidade e, acima de tudo, o amor incondicional pelo neto.

“Eu me sinto culpada, sim. Não importa o que as pessoas me digam. Eu vivi o momento, eu tirei ele da água, eu o levei ao hospital. A cena não sai da minha cabeça. Mas ao mesmo tempo, eu sei que fiz o que podia e continuo fazendo. O Rhavi é minha prioridade, meu tudo”, desabafa Cristina em entrevista à VTV, emissora afiliada do SBT.

Atualmente, Rhavi depende de cuidados constantes, uma rotina que inclui 33 medicamentos, alimentação especial e um quarto com estrutura semelhante a uma UTI. Mas o maior sonho de Cristina é proporcionar algo que o neto nunca teve: um lar. “Hoje não temos uma casa. O que mais quero é ter um lugar onde ele se sinta seguro e acolhido; onde ele possa sentir o amor que dedico todos os dias”.

Cristina da Silva Barros, avó de Rhavi, encontrou o neto na piscina já desacordado – Reprodução: arquivo pessoal

O milagre de Rhavi

Em 10 de agosto de 2020, quando Rhavi tinha apenas 11 meses, se afogou em uma piscina no sítio da família, em Itariri, no Vale do Ribeira.

“Eu estava cuidando da minha mãe, que é cadeirante, e perdi ele de vista por alguns segundos. Quando percebi que ele não estava por perto, procurei por toda parte, até que o vi boiando na piscina. Foi um choque indescritível”, relembra.

Cristina imediatamente resgatou o bebê da água e gritou por ajuda. Um cunhado tentou reanimá-lo enquanto corriam para o hospital mais próximo, localizado em Registro. Entretanto, ao chegar, Rhavi estava roxo e desacordado, e o horário do óbito chegou a ser registrado. Mesmo assim, um médico, amigo da família, insistiu em tentar reanimá-lo.

Naquele momento, Cristina estava de joelhos, pedindo a Deus que devolvesse a vida do neto. E como em um milagre, ele voltou. Desde então, ela não mede esforços para garantir que Rhavi tenha a melhor chance de vida.

“Se Deus me deu a vida dele de volta, é porque sabia que eu era capaz de cuidar dele. E eu estou cumprindo isso todos os dias. Ele precisa de mim e eu estou aqui”.

Rhavi passou a maior parte da vida internado, devido ao acidente – Reprodução: arquivo pessoal

Desafios

Os médicos decidiram investir no tratamento e, após cerca de um mês, o quadro de Rhavi começou a se estabilizar. Ele foi transferido para a Santa Casa de Santos, mas, devido a um erro nos prontuários, precisou aguardar na enfermaria por uma hora. Durante a espera, sofreu uma convulsão, agravando ainda mais o dano cerebral e levando-o à UTI, onde permaneceu até 13 de janeiro.

Enquanto Rhavi estava internado, Cristina passou a compartilhar o caso nas redes sociais, relatando cada desafio enfrentado. Seu primeiro post foi um pedido de desculpas àqueles que acreditavam que ela fosse responsável pelo acidente do neto — uma situação que a consumia emocionalmente.

Assim, ela mantém as atualizações sobre o neto em um perfil que acumula mais de 12 mil seguidores. Doações de fraldas, roupas e itens de higiene começaram a chegar, além da criação de uma campanha. Sem emprego fixo, a família sobrevive com R$ 400 da aposentadoria da bisavó de Rhavi.

Além disso, o pequeno vive com graves sequelas neurológicas que comprometem sua qualidade de vida. Ele precisa de cuidados médicos constantes, como fisioterapia, terapia ocupacional e oxigenoterapia, além de equipamentos especializados, como uma bomba de alimentação enteral e um carrinho adaptado.

Avó de Santos tem emocionado a web com relatos sobre doença do neto – Reprodução: arquivo pessoal

Força de uma avó

A dedicação total ao neto custou caro para a avó. Casada por 15 anos, ela foi abandonada pelo marido após escolher cuidar de Rhavi, que hoje tem três anos de idade. “Ele perguntou se eu ficava com ele ou com o Rhavi. A escolha foi óbvia. Mas está tudo bem. Ninguém é obrigado a ficar. Se ele não conseguia lidar com a situação, é melhor que esteja feliz em outro lugar”.

Cristina também perdeu a mãe, que faleceu de depressão, sentindo-se culpada pelo acidente. “Foi um baque, mas eu não tinha tempo para cair. Eu precisava cuidar do Rhavi. Ele precisava de mim mais do que nunca”.

Além disso, os pais de Rhavi não quiseram assumir os cuidados da criança e decidiram abandoná-lo. Sem pensar duas vezes, Cristina assumiu a responsabilidade de cuidar do neto, mesmo enfrentando todas as dificuldades sozinha. “Ele foi deixado por quem deveria amá-lo incondicionalmente, mas eu nunca vou desistir dele. Rhavi é minha prioridade, minha missão de vida”, desabafa.

A rotina de Cristina é intensa, mas ela encontra forças no amor que sente pelo neto. “Eu sou muito exigente. Não deixo passar uma medicação, um detalhe. Eu faço questão de cuidar dele em tudo, desde dar banho até trocar a cama. Ele precisa sentir que estou aqui, e eu sei que ele sente”.

Criança necessita de respirador e sonda para alimentação – Reprodução: arquivo pessoal

Apoio

Uma vaquinha on-line criada pela avó é a principal esperança de reunir os recursos necessários para adaptar um espaço adequado para Rhavi. “Quando criei a vaquinha, ainda achava que tinha uma casa. Hoje sei que o valor precisa ser maior, porque agora buscamos também um lar. A vaquinha está parada, mas eu acredito que Deus vai tocar o coração das pessoas”.

Ela também conta com o apoio de internautas, que têm ajudado com doações de fraldas, medicamentos e palavras de carinho. “As pessoas que se solidarizam com a nossa história são um conforto. Cada ajuda, por menor que seja, faz uma diferença enorme”.

Para ajudar, você pode contribuir com a campanha Rhavi Gota de Esperança. As doações podem ser feitas por meio do site campanhadobem.com.br, onde estão todos os detalhes sobre as necessidades. Além disso, é possível acompanhar a história e entrar em contato com Maria Cristina pelo Instagram @rhavigotadeesperanca.

Mesmo com as dificuldades, Cristina mantém a esperança de que dias melhores virão. “O que mais quero é ver o sorriso do Rhavi de novo. Ele era tão sorridente. Isso me dói muito, porque sei que talvez ele nunca volte a ser como antes, mas só de vê-lo sorrir, já seria tudo para mim”.

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