Hortolândia usará armadilhas contra o Aedes Aegypti. A Cidade foi escolhida para participar de um projeto-piloto para eliminar o mosquito da Dengue com o uso de armadilhas com larvicida. As armadilhas foram desenvolvidas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), instituição do Ministério da Saúde. O órgão federal coordena a implantação do projeto em âmbito nacional.
Outras cidades da região também participam do projeto e Hortolândia recebeu 600 armadilhas. As equipes do órgão receberam treinamento sobre as armadilhas. Por ser um projeto-piloto, o órgão ressalta que inicialmente as armadilhas serão colocadas somente em algumas casas do Jardim São Sebastião. O bairro foi escolhido por ser uma área com grande número de casos de Dengue.
“A vida dele (do mosquito) vai ser curta”. É com essa frase assertiva que Lúcia Amancio respondeu às orientações que lhe foram dadas por uma agente da Prefeitura de Hortolândia. Dona Lúcia é uma das moradoras que receberam a visita da Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ), órgão da Secretaria de Saúde. Nesta semana, as equipes do órgão começaram a colocar armadilhas contra Aedes aegypti em casas da região do Jardim São Sebastião. A previsão é finalizar esse trabalho na próxima semana.

Armadilhas contra o Aedes em Hortolândia integram projeto piloto
O veterinário da UVZ, Evandro Alves Cardoso, explica que o projeto consiste em colocar estações disseminadoras de larvicida (EDLs) em residências. As estações são baldes com água e telas de feltro. As telas estão impregnadas com micropartículas de larvicida que aderem no corpo da fêmea do Aedes aegypti quando ela deposita no balde os ovos que vão originar mais mosquitos.
“O larvicida tem o efeito de inibir o crescimento das larvas”, explica o veterinário. Ao ficar impregnada com as micropartículas do larvicida, a fêmea do Aedes aegypti espalha a substância em outros criadouros onde irá depositar mais ovos. “O larvicida tem efeito num raio de até 300 metros. Em média, essa é a distância que a fêmea costuma voar para encontrar um novo criadouro”, salienta o veterinário.
A UVZ não irá colocar todas as armadilhas nas casas. Uma parte delas será guardada como reserva técnica, para serem usadas caso haja necessidade de trocar as armadilhas já colocadas.

Orientações
Nas casas visitadas, os agentes colocam as armadilhas no solo ou em algum lugar a uma altura de até 1,5 metros do solo, de preferência num local, indicado pelo morador, onde não circulem cães, gatos ou outros animais de estimação, a fim de evitar que esses animais danifiquem a armadilha.
“A fêmea do Aedes aegypti gosta de voar numa altura baixa de até 1,5 metros do solo para encontrar um criadouro onde irá depositar os ovos”, explica o veterinário.
Ainda durante a colocação das armadilhas, os agentes orientam os moradores a verificar uma vez por semana a quantidade de água da armadilha. Caso o nível tenha baixado, os moradores devem apenas abastecer a armadilha com mais água. Os agentes também distribuem para os moradores um folheto explicativo sobre as armadilhas.
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A moradora Lúcia Amancio aprova a colocação dos dispositivos. “Acho uma ótima ideia! Pois isso vai ajudar a ter menos casos de Dengue. Aqui em casa, eu, meu marido e minha família tivemos Dengue há quatro, cinco anos atrás”, relata a moradora.
Após colocar as armadilhas, as equipes da UVZ voltarão mensalmente às casas para verificar se há larvas. O órgão fará este monitoramento durante um ano.
O veterinário Evandro Alves Cardoso reforça que o efeito das armadilhas não será imediato. A previsão é que comecem a surtir efeito de dois a três meses após a colocação.
A moradora Lucineide Maria Araújo também aceitou receber a equipe da UVZ para colocar uma armadilha em sua residência. “Essa ação é muito importante. Até pela quantidade de pessoas que a gente vê ou ouve falar que pegaram Dengue. Felizmente, a gente aqui em casa nunca teve a doença”, conta a moradora.
Prefeitura de Hortolândia adota ações para combater o mosquito da dengue
Em paralelo ao projeto-piloto de armadilhas, a Prefeitura de Hortolândia segue com ações de busca ativa e nebulização contra o Aedes aegypti.
A Prefeitura também disponibiliza teste rápido aos moradores para detecção de Dengue. O município também continua com a vacinação contra a doença. Em Hortolândia, o imunizante está disponível nas UBSs. A aplicação é feita diariamente, das 8h às 15h30.
De acordo com a UVZ, o município neste ano 7.008 casos notificados de Dengue, dos quais 2.244 casos positivos, um óbito confirmado e três óbitos em investigação. Já de Chikungunya são cinco casos notificados, sendo um caso positivo e quatro em investigação. Neste ano, o município ainda não registra nenhum caso de Zika.