Mensagens mostram o plano macabro tramado pelos jovens. A Polícia Civil de Mato Grosso apreendeu, nesta segunda-feira (30), uma adolescente de 15 anos suspeita de incentivar o jovem de 14 anos que matou os pais e o irmão de 4 anos em Itaperuna, no Noroeste Fluminense, no dia 21 de junho. A ação foi realizada em Água Boa (MT) após pedido da Polícia Civil do Rio de Janeiro e contou com apoio de investigadores do estado.
Segundo o delegado Matheus Soares Augusto, responsável pela ocorrência em Mato Grosso, os dois mantinham um relacionamento virtual há mais de seis anos, iniciado quando se conheceram por meio de um jogo online, ainda com cerca de nove anos de idade. A relação evoluiu para um namoro à distância e, segundo a polícia, o plano do jovem era viajar até o Mato Grosso para encontrar a namorada — desejo que teria sido barrado pelos pais, motivando o crime.
A adolescente foi ouvida pela Polícia Civil de Água Boa e teve seu computador apreendido para análise. De acordo com as investigações, as trocas de mensagens entre os dois jovens demonstram um incentivo direto à execução do crime, com conversas marcadas por frieza e detalhamento dos atos.
Mensagens mostram namorada apoiando adolescente durante o crime
“O que nós constatamos é que, de fato, ela foi uma grande incentivadora para que o jovem matasse os seus pais”, afirmou o delegado. Em um dos trechos, o garoto comunica que atirou no pai e, em resposta, a jovem teria incentivado: “Agora atira nela”, referindo-se à mãe do menino.
As mensagens também abordavam maneiras de ocultar os corpos. Segundo o delegado, os diálogos “assustam até mesmo os policiais mais experientes” pela naturalidade com que os assassinatos eram tratados. A polícia suspeita que os dois planejavam matar também os pais da jovem, caso conseguissem se encontrar.
O jovem autor dos assassinatos está apreendido e responde por ato infracional análogo a triplo homicídio e ocultação de cadáver. A adolescente será investigada por participação no planejamento e incentivo ao crime e poderá cumprir medidas socioeducativas. O caso segue sob investigação e já foi encaminhado ao Ministério Público.