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Homem é condenado por feminicídio cometido há 15 anos em Bragança Paulista

O crime ocorreu em julho de 2010. O homem estava foragido quando foi preso em Bragança por policiais militares em março.
Fernanda Sanches Correa (Foto: arquivo pessoal)

Renan Guilhobel Mota Gonçalves foi condenado a 21 anos e 4 meses de prisão pelo assassinato da ex-namorada Fernanda Sanches Correia, morta com 14 golpes de faca em julho de 2010, dentro de casa, em Bragança Paulista (SP). O julgamento ocorreu nesta quarta-feira (11), no Fórum da cidade, sob a condução do juiz Carlos Henrique Scala de Almeida.

O crime, classificado como homicídio triplamente qualificado, foi julgado por um júri popular formado por sete pessoas. A decisão, unânime, reconheceu que o réu agiu com motivo torpe, utilizou meio cruel e impediu a defesa da vítima. A pena, no entanto, recebeu atenuante pela confissão do crime. Gonçalves já estava preso preventivamente desde março deste ano e não poderá recorrer em liberdade.


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Logo após faltar ao julgamento em 2023, a Promotoria de Bragança Paulista havia solicitado uma decretação de prisão preventiva contra o Renan. Ele foi localizado durante patrulhamento de rotina por policiais militares em março deste ano, em Bragança Paulista.

A redação não conseguiu localizar a defesa de Renan, ficando aqui aberto para eventuais réplicas.

Detalhes sobre o caso

Fernanda tinha 18 anos e trabalhava como vendedora.

  • No dia 22 de julho de 2010, Fernanda foi atacada pelas costas enquanto se arrumava para trabalhar, na casa onde morava, no bairro Jardim Fraternidade.
  • Conforme a investigação, o autor do crime não aceitava o fim do relacionamento, que já durava dois anos. Após o assassinato, ele fugiu levando dinheiro e objetos da vítima. Próximo ao corpo, a polícia localizou uma faca e um par de luvas com vestígios de sangue. Testemunhas confirmaram que o acusado foi visto saindo do imóvel.
  • Em 2019 Renan foi condenado a 22 anos de prisão em júri popular, porém em 2020 o a decisão foi anulada pelo TJ-SP em 2ª instância, quando o colegiado acolheu a apelação de defesa do réu. De acordo com a apelação “a defesa, preocupada com a percepção dos jurados diante da apresentação do acusado com o uniforme penitenciário, providenciou a disponibilização de roupas civis a ele e requereu ao Juízo que pudesse vesti-las, pretensão indeferida“. A decisão foi vinculada à imprensa local na época dos fatos.
  • O processo volta para a 1ª instância em 2023, porém o réu não compareceu ao julgamento, o que levou a decretação da prisão preventiva.

Durante a leitura da sentença, o juiz destacou o impacto permanente sobre o filho do casal, que tinha apenas dois anos à época: “Ficou privado inapelável e irreparavelmente, por toda sua vida, da convivência com a mãe em virtude da atitude do pai”, registrou o magistrado.

Prisão e julgamento

Renan permaneceu foragido até que foi capturado pela polícia em março deste ano, o que possibilitou a retomada do processo e a realização do júri popular. O julgamento contou com depoimentos de testemunhas, autoridades e representantes da defesa e da acusação, encerrando-se com a decisão pela condenação.

A irmã da vítima, Natália Sanches Correia, acompanhou o processo e disse que o sentimento, após anos de espera, é de alívio. “Agora sabemos que a minha irmã pode descansar, e nós também. Podemos seguir nossa vida em paz.

Renan Guilhobel será transferido para um presídio estadual, onde iniciará o cumprimento da pena.

Irmã da vítima, Natália Sanches (Foto: Celso Ricardo)


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Autor

  • Iago Yoshimi Seo

    Jornalista de profundidade, autor do livro A Teoria de Tudo Social: Democracia LTDA., ambicioso por política e debates

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