A Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) acionou a Justiça do Trabalho nesta quinta-feira (23) para garantir o funcionamento integral do transporte público coletivo em caso de novas paralisações. O pedido de liminar foi protocolado no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região e requer a manutenção de 100% da frota em operação, além da aplicação de multa diária de R$ 50 mil ao Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Campinas e Região caso haja descumprimento.
Na hipótese de o pedido ser indeferido, a Emdec solicita a circulação de ao menos 70% da frota nos horários de pico (das 5h às 8h e das 16h às 19h) e 50% nos demais períodos.
A empresa aguarda despacho do desembargador responsável. “Vamos manter, diante de movimentos desse tipo, a postura de tentar garantir o direito dos cidadãos de contar com o transporte público, que é um serviço essencial, do qual muitas pessoas dependem para realizar seus deslocamentos”, afirmou o presidente da Emdec, Vinicius Riverete.

Paralisação e operação emergencial
A decisão ocorreu após uma paralisação parcial dos motoristas do transporte coletivo nas primeiras horas desta quinta-feira, motivada por atrasos no pagamento de salários e benefícios. O movimento teve início por volta das 4h e foi encerrado às 6h, com adesão de trabalhadores das empresas VB1, VB3, Campibus e Onicamp.
Durante o período, aproximadamente 70% dos ônibus do sistema convencional não circularam. Para reduzir os impactos aos usuários, a Emdec colocou em prática a Operação Paese (Plano de Apoio entre Empresas de Transporte frente às Situações de Emergência). No total, 28 veículos do sistema alternativo, operados por cooperativas, foram remanejados para atender linhas de alta demanda nos eixos Amoreiras, Ouro Verde e Campo Belo, priorizando o deslocamento de passageiros para hospitais. O horário das linhas Corujão, que circulam durante a madrugada, também foi estendido.
Agentes da Mobilidade Urbana acompanharam desde a madrugada a movimentação nas garagens e monitoraram a demanda de passageiros nos principais terminais urbanos, todos afetados em algum nível. Os maiores impactos foram registrados nos eixos do Ouro Verde, Barão Geraldo e Amarais, enquanto o atendimento foi mantido parcialmente nos terminais Itajaí, Campo Grande e Satélite Íris. Durante o período de paralisação, terminais com controle de acesso — que possuem catracas de solo — permaneceram temporariamente fechados.