O crime digital avança com rapidez no Brasil. De acordo com o levantamento mais recente do Fórum de Segurança Pública, o país registrou quatro vítimas de golpes por minuto em 2024, a maior parte deles praticada por meios eletrônicos. Somente os casos de estelionato digital cresceram 17% em relação a 2023, e já acumulam alta superior a 400% desde 2018.
Embora os crimes violentos tenham apresentado queda, o foco de parte significativa da criminalidade migrou das ruas para as telas. A queda nos roubos e furtos de celulares – 12,6% menor que em 2023 – contrasta com a explosão de delitos que utilizam os próprios aparelhos como ponte para fraudes sofisticadas.
O principal instrumento desse novo tipo de golpe é a engenharia social, técnica que manipula o comportamento da vítima para obter senhas, dados bancários ou transferências financeiras. Segundo a Febraban, um em cada três brasileiros sofreu uma tentativa de golpe em 2024.
“A melhor ferramenta contra golpes é a prevenção”, adverte a OAB de São Paulo. Com o auxílio da inteligência artificial, criminosos passaram a criar abordagens ainda mais realistas, adaptando a linguagem, o comportamento e os canais de contato para tornar a fraude mais crível.
Sumário
- Sete sinais de alerta
- Pediu a sua senha, o que eu faço?
- Pediu para ir até um caixa eletrônico. Eu devo ir?
- Ofereceu promoção “das boas”. Devo comprar?
- Filho (a), neto (a) ou outro familiar pediu o Pix. Devo mandar?
- Pediu para instalar aplicativo. Devo baixar?
- Maquininha de pagar com visor quebrado ou “dando muito erro”
- Rece bi boleto. Não tem como ser falso, né?
- Como agir se cair no golpe

Sete sinais de alerta
Para evitar prejuízos, especialistas recomendam atenção redobrada a situações corriqueiras que podem indicar uma tentativa de golpe. Por isso, a equipe do VTVNews preparou sete sinais de alerta para você não ser o próximo na estatística:
Pediu a sua senha, o que eu faço?
- O mais importante nesse momento: não informe. Golpistas se passam por bancos e alegam movimentações suspeitas para obter senhas.
Pediu para ir até um caixa eletrônico. Eu devo ir?
- Nunca. Procedimentos sugeridos em terminais são usados para capturar dados.
Ofereceu promoção “das boas”. Devo comprar?
- Duvide. Sites falsos e investimentos milagrosos são iscas comuns. Um exemplo de um caso dessa natureza foi recentemente noticiado pelo VTVNews, ocorrido em Piracicaba. Segundo a Polícia Civil, o grupo simulava campanhas publicitárias usando inteligência artificial para replicar rostos e vozes de figuras públicas, vinculando seus nomes a produtos inexistentes de marcas reais, com preços baixos (relembre aqui).
Filho (a), neto (a) ou outro familiar pediu o Pix. Devo mandar?
- Estranhe. Criminosos clonam perfis ou fingem ser parentes com números novos. Faça perguntas específicas que somente aquele familiar saiba. Cor favorita, nome do cachorro etc. O importante é perguntar o suficiente até que suas dúvidas estejam sanadas.
Pediu para instalar aplicativo. Devo baixar?
- Nunca. Softwares de “suporte” permitem o controle total do seu celular. Você estaria dando um sinal verde para criminosos utilizarem do seu aparelho e terem total acesso às suas particularidades.
Maquininha de pagar com visor quebrado ou “dando muito erro”
- Verifique. Antes de realizar o pagamento, confirme o valor do produto e ative notificações bancárias para não ser pego de surpresa no futuro.

Recebi boleto. Não tem como ser falso, né?
- Pois bem, boletos fraudulentos rodam de sobra na internet, e, infelizmente, diversas pessoas são alvos desses golpes por justamente confiar na “autenticidade” do meio de pagamento. Boletos falsos circulam por e-mail e redes sociais. Verifique CNPJ e dados do emissor.
Como agir se cair no golpe
Em caso de fraude, é necessário registrar um boletim de ocorrência e apresentar uma representação criminal, acompanhada de todos os elementos disponíveis para agilizar a apuração. Os principais documentos solicitados são:
- Boletim de ocorrência;
- Prints de telas, conversas e números envolvidos;
- Documentação que comprove as transações, se houver;
A orientação é buscar a delegacia mais próxima ou registrar por meio da delegacia online (clique aqui).