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O que se sabe sobre a megaoperação mais letal do Rio contra criminosos do CV?

VTVNews reúne informações oficiais e lacunas ainda abertas sobre a ação policial nos complexos do Alemão e da Penha.
O que se sabe sobre a megaoperação mais letal do Rio contra criminosos do CV?

A megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, deixou ao menos 121 mortos — entre eles quatro policiais e 117 suspeitos — e transformou a capital fluminense no palco da mais letal ação de segurança pública já registrada no estado.

Embora o governo estadual e os comandos das forças de segurança defendam a operação como “legal e necessária”, crescem as cobranças por transparência, diante da ausência de registros completos das câmeras corporais, da presença de corpos espalhados na mata, e da estratégia conhecida como “Muro do Bope”, apontada como central no cerco aos criminosos.

Até o momento, mais de 80 pessoas foram presas, 118 armas de fogo foram apreendidas, incluindo 91 fuzis, e o traficante Doca da Penha — um dos principais alvos da operação — continua foragido. O VTVNews preparou em 6 tópicos os principais pontos que faltam esclarecer sobre a megaoperação que deixou a capital em pânico.

Quem são os mortos

Até esta quarta-feira (29), 117 suspeitos e quatro policiais haviam morrido. A maior parte dos corpos passou por necropsia no IML Afrânio Peixoto, no Centro do Rio, e começou a ser liberada nesta quinta-feira (30). O Instituto solicitou acesso a bancos de dados interestaduais para identificação de vítimas oriundas de outros estados.

Armas apreendidas

  • Ao todo, 118 armas de fogo foram apreendidas na megaoperação, incluindo 91 fuzis, 26 pistolas e 1 revólver. Segundo a Polícia Civil, trata-se de um dos maiores volumes já recolhidos em ações no estado.

  • Ainda não foi esclarecido quantas dessas armas estavam com os mortos encontrados na mata, nem a proporção entre o que foi recolhido em confronto direto e o que estava abandonado.

A estratégia do “Muro do Bope”

  • A operação utilizou uma tática conhecida como “Muro do Bope”, em que os policiais entraram pela Serra da Misericórdia com o objetivo de empurrar os criminosos em direção à mata, onde equipes do Batalhão de Operações Especiais já aguardavam. O secretário da PM explicou que a manobra buscava conter confrontos e proteger a população, criando uma linha de bloqueio entre as comunidades.

  • Ainda assim, não há detalhamento sobre quantos dos mortos foram cercados nesse movimento ou como essa tática influenciou a escalada do número de óbitos.

Corpos encontrados na mata e retirada de roupas

  • A Polícia Civil informou que não tinha conhecimento da existência de corpos na região de mata no momento da ação. Segundo o secretário de Segurança Pública, Victor Santos, os agentes priorizaram a autopreservação e, por isso, não atuaram na retirada dos corpos. No entanto, moradores retiraram mais de 70 corpos da mata e os levaram até uma praça, antes da chegada das equipes periciais.

  • De acordo com o secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, há indícios de fraude processual, uma vez que parte dos corpos teria sido manipulada, removida ou despida das roupas táticas antes da chegada da perícia.

  • A 22ª Delegacia de Polícia instaurou inquérito para apurar o caso. A atuação dos moradores pode ser enquadrada como obstrução da justiça, especialmente se comprovada a retirada de equipamentos e indumentárias, conforme vídeos que circulam nas redes sociais.

Câmeras corporais sem gravação completa

  • O secretário da Polícia Militar, Marcelo de Menezes, afirmou que houve uso de câmeras corporais, conforme exigido pela ADPF do STF, que regulamenta ações policiais em comunidades do Rio.

  • Segundo ele, a operação cumpriu todos os protocolos, mas parte das imagens pode ter sido perdida por conta do esgotamento das baterias, cuja duração é de aproximadamente 12 horas.

  • A operação começou por volta das 3h da manhã, com tropas em deslocamento a partir das 5h. Apesar da afirmação sobre o uso dos equipamentos, não há informações oficiais sobre quantos agentes estavam equipados, quais imagens foram efetivamente gravadas e como será feita a análise e a divulgação dos registros. O Ministério Público do RJ abriu um inquérito para investigar a operação, e informou que irá requisitar as imagens das câmeras de segurança dos agentes.

Doca da Penha segue foragido

  • Um dos principais alvos da operação é o traficante Edgar Alves Andrade, conhecido como Doca da Penha ou Urso, de 55 anos, apontado como chefe do Comando Vermelho nos complexos. Ele é investigado por mais de 100 homicídios, incluindo execuções de crianças e desaparecimentos de moradores. O Disque Denúncia aumentou para R$ 100 mil o valor da recompensa por informações que levem à sua prisão.

  • Segundo as investigações, Doca comandava as ações criminosas remotamente, por meio de aplicativos de mensagem, coordenando desde escalas de segurança até punições internas. O Doca é o mesmo citado nas investigações contra o rapper Oruam, que levou a sua prisão em julho deste ano.


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Autor

  • Iago Yoshimi Seo

    Jornalista formado em junho de 2025, atuando desde 2023 com foco em reportagens de profundidade, gestão de projetos, fotografia e pesquisa. Autor de obra sobre temas sociais e políticos, com análise crítica da democracia e da sociedade.

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