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Polícia fecha fábrica de bebidas envolvida em mortes de intoxicação por metanol em SP

Em nota, a Polícia Civil afirmou que chegou até a fábrica após investigar a morte da primeira vítima por ingestão de bebida adulterada
Polícia fecha fábrica ilegal em São Bernardo; suspeita de envolvimento em mortes por metanol. Veja o que se sabe e como funcionava a adulteração.

A Polícia Civil de São Paulo fechou uma fábrica clandestina em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, que estaria envolvida em pelo menos duas das mortes por intoxicação por metanol no estado. O local foi encontrado na última sexta-feira (10) e, segundo o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, a fábrica comprava etanol contaminado com metanol em postos de combustíveis para produzir as bebidas adulteradas.

Em nota, a Polícia Civil afirmou que chegou até a fábrica após investigar a morte da primeira vítima por ingestão de bebida adulterada. A vítima, Ricardo Lopes Mira, morreu no dia 16 de setembro, quatro dias após apresentar sintomas de intoxicação. As autoridades identificaram o bar onde a bebida foi consumida e apreenderam nove garrafas no local. A perícia constatou a presença de metanol em oito delas. O dono do bar confessou que comprou as bebidas de uma distribuidora clandestina, a mesma que foi fechada na sexta-feira.

Em depoimento, o comerciante confirmou que havia adquirido as garrafas de uma distribuidora não autorizada. O bar, que também foi o local onde Marcos Antônio Jorge Júnior – terceira vítima fatal – consumiu bebida adulterada, foi vistoriado, e novamente foram apreendidas nove garrafas. A morte de Marcos Antônio foi confirmada em 2 de outubro. Antes de falecer, ele chegou a perder a visão.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), os peritos detectaram percentuais de metanol entre 14,6% e 45,1% nas garrafas recolhidas no bar.

Em entrevista coletiva concedida na tarde de sexta-feira, o secretário de Segurança Pública afirmou que a operação “confirmou a principal tese da investigação quanto à origem da intoxicação”.

Agora, de acordo com Derrite, o próximo passo da investigação será identificar quais postos de combustível venderam o etanol contaminado utilizado na produção das bebidas.

“Nossa suspeita é que esses casos, que geraram lesões gravíssimas e mortes, estejam ligados à aquisição de metanol do mesmo posto de combustível. Se isso for confirmado, teremos um caminho a seguir”, declarou o secretário.

Além da fábrica clandestina, agentes da Delegacia de Investigações sobre Crimes Contra o Meio Ambiente (DIICMA) e do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC) cumpriram oito mandados de busca e apreensão em uma distribuidora de bebidas também localizada no ABC Paulista.

Na fábrica de São Bernardo do Campo, uma mulher identificada como Vanessa foi presa em flagrante por adulteração de bebidas. Ao todo, oito suspeitos foram levados à delegacia para prestar esclarecimentos.

Garrafas, bebidas, aparelhos celulares e outros itens foram apreendidos e encaminhados para perícia.

Casos de intoxicação por metanol em São Paulo

A operação desta sexta-feira ocorre em meio às investigações sobre casos de intoxicação por metanol em São Paulo e em outros estados. O produto químico, utilizado de forma ilegal na adulteração de bebidas alcoólicas, é altamente tóxico para humanos e, mesmo em pequenas quantidades, pode causar cegueira, falência de órgãos e morte.

Até o momento, o estado registra 25 casos confirmados, com 5 mortes, e 148 casos em investigação. Uma força-tarefa formada pela Polícia Civil, Vigilância Sanitária e Procon-SP já interditou 13 estabelecimentos, apreendeu quase 19 mil garrafas suspeitas e 378 mil rótulos falsificados. Desde o dia 29 de setembro, 45 pessoas envolvidas nas falsificações foram detidas, sendo 24 apenas nas últimas semanas.


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Autor

  • Camila Borges dos Santos

    Jornalista formada pela Universidade Paulista em 2023, com experiência em apuração, produção de pautas, apresentação e cobertura de matérias jornalísticas em diferentes formatos.

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