A Secretaria de Saúde de Campinas confirmou nesta terça-feira (11), a segunda morte por febre amarela na cidade em 2025. O caso refere-se a um homem de 61 anos com histórico de deslocamento para a área rural de um município fora do estado de São Paulo.
O início dos sintomas foi em 12 de fevereiro e o paciente foi internado dia 16 em serviço da rede pública de Campinas. O óbito ocorreu dia 17 e a causa foi confirmada pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo. O homem não tinha comprovação de vacina contra a doença.
A Secretaria de Saúde de Campinas lamenta o óbito e se solidariza com a família.
Febre amarela em Campinas
Este foi o terceiro caso de febre amarela em residentes. O primeiro foi de um homem de 39 anos, morador da área rural de Sousas, que teve morte confirmada em 3 de fevereiro. Ele chegou a ser internado em Jaguariúna e também não tinha comprovante de vacinação.
Já o segundo evoluiu para cura. É um homem de 55 anos que frequenta Sousas para fins recreativos e ficou internado em hospital da rede privada. A alta foi em 4 de fevereiro.
Além disso, a Pasta já encontrou neste ano dois macacos mortos que testaram positivo para a doença: um na região do Carlos Gomes, em 20 de janeiro, e outro na área de mata em Sousas, perto do Rio Atibaia, em 2 de fevereiro. O animal não é transmissor, mas, sim, vítima da doença. A presença de primatas doentes serve de “alerta” aos órgãos da saúde sobre a circulação do vírus, uma vez que quando contaminados dificilmente sobrevivem.
O que foi feito?
A Saúde intensificou a vacinação para viajantes ou residentes em áreas rurais, de mata ou com características de floresta desde 20 de janeiro, incluindo o distrito de Sousas. Campinas não registrava casos da doença em humanos desde 2017, nem registros positivos em macacos desde 2019.
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Desde 5 de fevereiro a Saúde ampliou a estratégia de imunização com o trabalho de vacinação de casa em casa nas áreas de risco em Campinas. Até 8 de março foram aplicadas 5.277 doses. Neste período foram abordadas 14.091 pessoas e quase todas estavam vacinadas contra a doença, mas algumas se recusaram a receber a dose.
Quem deve receber a vacina de febre amarela?
A orientação do Programa de Imunização é para que todos os moradores de Campinas, a partir de 9 meses, que ainda não receberam a dose, compareçam aos CSs para aplicação. Vale destacar, porém, que a vacinação é seletiva, ou seja, as pessoas a partir de 5 anos que já tomaram uma dose ao longo da vida não precisam receber outra.
Quem tiver dúvidas sobre já ter recebido ou não o imunizante deve procurar um CS. A Saúde, em parceria com a Defesa Civil, tem percorrido os bairros durante a semana com um carro de som para alertar sobre a importância da vacinação. Além disso, panfletos são deixados em imóveis onde os residentes não foram encontrados no momento da visita.
A ampliação da vacinação vale para os seguintes grupos em áreas de risco:
- Crianças de 6 a 8 meses: recebem uma dose durante a ação. Os responsáveis serão orientados para garantirem a vacinação completa, sendo: uma dose aos 9 meses e uma dose de reforço aos 4 anos.
- Pessoas com 60 anos ou mais: a vacinação será realizada dependendo da avaliação do risco relacionado às comorbidades, doenças autoimunes, tratamentos específicos ou uso contínuo de medicamentos que contraindiquem a aplicação da vacina febre amarela nessa faixa etária.
- Gestantes e mulheres que estejam amamentando crianças com até 6 meses: são orientadas a suspender a amamentação por dez dias após a vacinação e recebem as recomendações para extração e armazenamento do leite materno antes da vacinação. Dessa forma o aleitamento neste período pode ser garantido.
“Moradores das áreas urbanas que visitam ou frequentam áreas de floresta, mata fechada, borda de mata e região rural devem receber uma dose dentro dos critérios de ampliação de vacinação”, explicou a enfermeira Cíntia Bastos, do Programa de Imunização de Campinas.
*Imagem: Reprodução/ Prefeitura de Campinas*