A comédia é, sem dúvidas, algo bastante relativo e, por este motivo, é bastante difícil apontar com certeza o que é e o que não é engraçado. Dito isso, há algumas figuras no meio humorístico do Brasil, entre comediantes, atores, atrizes, cantores e escritores, que são impossíveis de ignorar.
Tendo isso em mente, a equipe da VTV News decidiu separar uma lista com os cinco maiores nomes da comédia brasileira de todos os tempos. E lembre-se, caso você não concorde, ao menos dê risada deste texto.
Um beijo do gordo!
Ator, escritor, roteirista, comediante, apresentador, dramaturgo, cineasta, artista plástico. A lista de feitos de José Eugênio Soares, o eterno Jô Soares, é tão extensa que seria necessário passar um dia inteiro listando cada um de seus feitos neste texto.
Atuando desde cedo em programas de humor como Praça da Alegria, Planeta dos Homens, Família Trapo e o fenomenal Viva o Gordo, Jô Soares atingiu o auge da comédia brasileira interpretando inúmeros personagens diferentes.
Mesmo após começar a se dedicar às entrevistas em tempo integral, inicialmente com ‘Jô Soares Onze e Meia’ e depois com ‘Programa do Jô’, o humorista manteve a comédia intacta em suas produções, popularizando, inclusive, o estilo de talk show mais descontraído no Brasil e que segue vivo até hoje, anos após a morte de Jô Soares.
Do picadeiro para o mundo
Shakespeare provavelmente não imaginaria que, ao criar Otelo, estaria também concedendo um apelido a um dos maiores atores e humoristas da história do Brasil.
Nascido em Minas Gerais, Sebastião Bernardes de Souza Prata, o Grande Otelo, ganhou o apelido ainda na Companhia Lírica Nacional, em São Paulo, devido à sua voz de tenor e a previsão de seu maestro que um dia ele viria a cantar a ópera Otelo, de Giuseppe Verdi, baseada na obra de William Shakespeare.
Pelo menos a previsão de que Grande Otelo seria um gigante da cultura deu certo. Extremamente popular em apresentações em cassinos cariocas, o comediante se revelou um astro do humor que já estava crescendo desde seus dias atuando no circo quando criança. Grande Otelo chegou a seu momento máximo na carreira ao interpretar o protagonista no filme ‘Macunaíma’ (1969) e, se não bastasse isso, também foi classificado por Orson Welles, ele mesmo, o criador e diretor de Cidadão Kane (1942), como o maior ator brasileiro à época.
A dama mais porreta do humor
Nascida em uma família extremamente humilde, Dercy Gonçalves enfrentou muitas batalhas desde muito cedo em sua vida, mas sem nunca perder a coragem. Ainda jovem e convivendo com um pai alcoólatra após a mãe deixar a família, ela fugiu com uma companhia de teatro e começou a dar os primeiros passos no meio do entretenimento.
Aos poucos, Dercy começou a perceber que tinha talento para a comédia e eventualmente se especializou em improvisos. Foi apenas nos anos 60, porém, que sua carreira decolou de vez. Passando a atuar cada vez mais em filmes, ela chegou a comandar vários programas de TV como o ‘Dercy de Verdade’ e também atuou em uma série de novelas onde eternizou, para sempre, seu estilo de humor ácido e afiado.
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O Jeca mais trabalhador do Brasil
Amácio Mazzaropi, ou apenas Mazzaropi, foi um dos comediantes mais influentes da história do Brasil e também um dos produtores de cinema com mais identidade que o Brasil já testemunhou. Com presença de palco marcante e humor bastante contagiante.
Inspirado desde criança por seu avô a respeito da vida caipira, Mazzaropi utilizaria muito destas experiências da infância para caracterizar personagens que se tornariam em ícones do cinema da comédia brasileira entre as décadas de 50 e 80.
Apesar de certa insistência dos pais para que ele ficasse longe dos palcos do teatro, Mazzaropi conseguiu convencer até mesmo ambos a segui-lo em sua carreira de ator estrada afora pelo Brasil. Eventualmente, o destino levou o entusiasta do teatro a conhecer, e se envolver, cada vez mais com a sétima arte. O resultado se deu com mais de 30 filmes onde ele atuou, produziu e dirigiu personagens de grande reconhecimento como Chico Fumaça, ‘O Vendedor de Linguiça’ Gustavo e, é claro, o Jeca, seu protagonista mais reconhecido até hoje.
O show de Chico
Assim como no caso de Jô, a trajetória de Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho, o Chico Anysio, é tão prolífica que é quase impossível enumerar cada feito seu. Com mais de 60 anos de carreira onde atuou como escritor, ator, produtor, diretor, autor e inovador, Chico Anysio lotou casas de show no Brasil e no estrangeiro onde centenas e até milhares de pessoas se acotovelavam para acompanhar de perto quais seriam as novas piadas daquele genial comediante nascido na hoje famosa (muito por causa dele) Maranguape, no Ceará.
Além do stand up, Chico Anysio foi a maior lenda brasileira da comédia nas telinhas, criando tantos personagens diferentes que nem ao menos um programa de TV 100% dedicado a ele foi capaz de ‘reunir’ toda sua turma encarnada pelo próprio.
Notório artista, Chico Anysio foi um dos símbolos máximos de uma geração do humor que incluía nomes gigantescos como Costinha, Orlando Drummond, Lúcio Mauro, Zezé Macedo, Francisco Milani e Zilda Cardoso. O sucesso era tanto que ele criou um dos maiores fenômenos do humor na televisão que reunia muitos destes nomes: A Escolinha do Professor Raimundo.
Uma menção honrosa quádrupla
Foi muito difícil reduzir esta lista a apenas cinco nomes, então decidimos trazer, em forma de menção honrosa, o quarteto mais reconhecido da história da comédia brasileira: Os Trapalhões. Didi, Dedé Santana, Zacarias e Mussum vieram todos de backgrounds tão diferentes que parecia praticamente impossível que o grupo funcionasse, mas deu tudo certo.
Autores de sketches memoráveis, ‘Os Trapalhões’ seguem vivos na memória dos brasileiros e continuam sendo inspiração para novas gerações da comédia nacional.