A Secretaria de Saúde de Campinas confirmou na tarde desta terça-feira (18), o segundo caso de febre amarela em 2025. O caso evoluiu para cura e trata-se de um homem de 55 anos que frequenta o distrito de Sousas para fins recreativos.
Ele apresentou os primeiros sintomas da doença em 27 de janeiro e foi internado no dia 30 em um hospital da rede particular de Campinas. Ele recebeu alta em 4 de fevereiro.
O diagnóstico para febre amarela foi realizado pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo. A Secretaria de Saúde não localizou registro do paciente de vacinação contra a doença.
Em 6 de fevereiro a secretaria confirmou a primeira morte de residente em Campinas provocada por febre amarela neste ano. O caso refere-se a um homem de 39 anos que residia em área rural de Sousas, onde o risco de transmissão da doença é maior.
O óbito ocorreu em 3 de fevereiro e o homem não era vacinado contra febre amarela. Ele chegou a receber assistência em saúde na cidade de Jaguariúna, onde ficou internado.
Novo óbito de macaco
A Pasta também confirmou a segunda morte de macaco pela doença. O animal foi encontrado sem vida em uma área de mata em Sousas, perto do Rio Atibaia, em 2 de fevereiro. Este animal não é transmissor, mas, sim, vítima da doença. A presença de primatas doentes serve como “alerta” sobre a circulação do vírus porque quando contaminados dificilmente sobrevivem.
Vacinação e outras ações
A medida de reforço na imunização para residentes em áreas de risco e viajantes foi alinhada pela Saúde junto ao governo do Estado e teve início logo após casos confirmados de febre amarela em cidades próximas localizadas em São Paulo e Minas Gerais.
Além de realizar busca ativa em Sousas para vacinação desde o fim de janeiro, a secretaria começou a aplicar doses de casa em casa desde 5 de fevereiro e 2.071 pessoas foram vacinadas até 15 de fevereiro. Neste momento atuam nesta estratégia equipes de 22 centros de saúde, e quatro iniciam até sexta. As unidades participantes são: Carlos Gomes, Jardim San Diego, Vila 31 de Março, Taquaral, Joaquim Egídio, Sousas, União dos Bairros, São Cristóvão, Parque Floresta, Village, Santa Rosa, Barão Geraldo, Jardim Eulina, Jardim Santa Mônica, Parque Santa Bárbara, Jardim Paranapanema, Vila Orozimbo Maia, Vila Ipê, Jardim Esmeraldina, Jardim São Vicente, Jardim São Domingos, Jardim Nova América, Parque da Figueira, Carvalho de Moura, Campina Grande e Jardim São Cristóvão.
Os moradores contemplados pela imunização domiciliar são residentes principalmente de bairros localizados em zonas rurais, com mata ou periurbanas, onde há maior risco de transmissão do vírus. “A vacinação é a principal estratégia de prevenção e controle da doença, sendo essencial para a proteção da saúde. A atenção deve ser redobrada para aqueles que moram, atuam ou se deslocam para onde o risco de transmissão é maior”, explicou a coordenadora do Programa de Imunização, Chaúla Vizelli.
Na semana passada, o Centro de Resiliência de Campinas realizou uma capacitação sobre o Sistema de Informação em Saúde Silvestre (Siss-Geo) para apoiar as ações em emergência de saúde pública relacionadas à febre amarela.
Quem precisa?
A orientação do Programa de Imunização é para que todos os moradores de Campinas, a partir de 9 meses, que ainda não receberam a dose, compareçam aos CSs para aplicação. Vale destacar, porém, que a vacinação é seletiva, ou seja, as pessoas a partir de 5 anos que já tomaram uma dose ao longo da vida não precisam receber outra.
Quem tiver dúvidas sobre já ter recebido ou não o imunizante deve procurar uma unidade básica.
A ampliação da vacinação vale para os seguintes grupos em áreas de risco:
- Crianças de 6 a 8 meses: recebem uma dose durante a ação. Os responsáveis serão orientados para garantirem a vacinação completa, sendo: uma dose aos 9 meses e uma dose de reforço aos 4 anos.
- Pessoas com 60 anos ou mais: a vacinação será realizada dependendo da avaliação do risco relacionado às comorbidades, doenças autoimunes, tratamentos específicos ou uso contínuo de medicamentos que contraindiquem a aplicação da vacina febre amarela nessa faixa etária.
Gestantes e mulheres que estejam amamentando crianças com até 6 meses: são orientadas a suspender a amamentação por dez dias após a vacinação e recebem as recomendações para extração e armazenamento do leite materno antes da vacinação. Dessa forma o aleitamento neste período pode ser garantido.
“Moradores das áreas urbanas que visitam ou frequentam áreas de floresta, mata fechada, borda de mata e região rural devem receber uma dose dentro dos critérios de ampliação de vacinação”, explicou a enfermeira Cíntia Bastos, do Programa de Imunização de Campinas.
Antes desta medida, o esquema de rotina já ocorria da seguinte forma:
- Crianças: 1 dose com 9 meses e 1 dose de reforço aos 4 anos.
- A partir de 5 anos, adolescentes e adultos: uma dose. Quem não tiver comprovante ou certeza de que já recebeu o imunizante, e se não houver registro em sistema do SUS Municipal, deve receber nova vacina.
Em 2024, a cobertura ficou em 83,6%, abaixo da meta de 95% orientada pelo Ministério da Saúde. Este percentual ainda está sujeito a revisão, mas neste momento é superior aos índices de 2023 e 2022, quando foram contabilizados, respectivamente, 82,8% e 70,9%.
Continua após a publicidade
Serviço
As salas de aplicação da dose funcionam conforme horário de cada centro de saúde. Os endereços e contatos estão no site: https://vacina.campinas.sp.gov.br.