Foto: Divulgação/Opibus
A Uber anunciou nesta quarta-feira (22) o retorno do serviço Uber Moto na cidade de São Paulo. A modalidade, que permite viagens de motocicleta, estará disponível inicialmente em regiões fora do centro expandido da capital paulista. Segundo a empresa, a estratégia visa analisar a demanda antes de expandir para outras áreas.
O relançamento ocorre em um momento de disputa acirrada entre a Uber e a Prefeitura de São Paulo, que tenta implementar o decreto nº 62.144, que suspende temporariamente o transporte individual remunerado em motocicletas. A mesma polêmica envolve a 99, concorrente direta, que já iniciou a operação de motos na cidade na última semana.
A história do Uber Moto em São Paulo
A primeira tentativa de implementação do Uber Moto na capital paulista aconteceu em 2023, mas foi barrada pelo decreto municipal. Desta vez, a empresa voltou a operar após decisão judicial negar o pedido do município para suspender o serviço.
Em nota, Laura Lequain, diretora do Uber Moto no Brasil, destacou a importância da modalidade como uma alternativa acessível de mobilidade, especialmente em regiões periféricas. Segundo ela, o serviço é, em média, 40% mais barato que o Uber X e frequentemente complementa o transporte público.
“Um dos principais usos do Uber Moto é no trajeto chamado de ‘última milha’, conectando pontos de transporte público às residências e vice-versa”, afirmou a executiva.
Disputa com a Prefeitura de São Paulo
A retomada do Uber Moto adiciona mais um capítulo à briga entre as plataformas de transporte e a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB). Desde o anúncio do serviço de motos pela 99, no dia 14 de janeiro, o tema tem gerado polêmica.
O prefeito chegou a declarar que o serviço seria uma ameaça à segurança da população, usando a expressão “carnificina” para descrever o impacto das corridas de moto na cidade. A 99, por sua vez, sustenta que o serviço é regulamentado pela Lei 13.640 de 2018, que modificou o Plano Nacional de Mobilidade Urbana, e afirma que a competência para proibir ou regular a modalidade não é municipal.
Na última sexta-feira (17), a Procuradoria Geral do Município (PGM) acionou a Justiça para multar a 99 em R$ 1 milhão por dia de operação, além de exigir R$ 50 milhões por danos morais coletivos.
Impacto inicial do serviço de motos
Apesar do impasse jurídico, a 99 divulgou números significativos: em apenas uma semana de operação, mais de 200 mil viagens foram realizadas por motocicletas em São Paulo.
O embate entre as plataformas de transporte e a Prefeitura deve continuar nos próximos dias, com novas movimentações judiciais e possíveis sanções administrativas. Enquanto isso, o Uber Moto e o serviço da 99 seguem disponíveis em áreas fora do centro expandido, ampliando as opções de mobilidade para a população.