Vídeos de teor sexual envolvendo um homem e um adolescente, gravados em Itanhaém, na Baixada Santista, motivaram uma investigação da Polícia Civil e do Conselho Tutelar. O principal suspeito é um auxiliar de inclusão que trabalhava na Escola Municipal Célia Marina Dal Pozzo Borges, no bairro Umuarama. Ele admitiu a relação sexual (assista a seguir).
Conforme apurado pelo VTV News, o homem foi contratado por uma empresa terceirizada que presta serviços às escolas do município e atuava oferecendo apoio a alunos com deficiência ou necessidades especiais. Em um dos vídeos – que não será exibido por conter conteúdo explícito – o suspeito aparece mantendo relação sexual com um adolescente de 16 anos.
As imagens teriam sido gravadas no Morro do Paranambuco, também conhecido como Morro da Caixa d’Água, um dos principais pontos turísticos de Itanhaém. A data da gravação, porém, ainda não foi identificada pela reportagem. Segundo uma testemunha – que terá a identidade preservada -, há outros vídeos e fotos sob análise das autoridades policiais.
Diálogos e investigação apontam para possível rede de abuso
O VTV News recebeu uma captura de tela que mostra uma conversa entre o homem, de aproximadamente 27 anos, e o adolescente por meio de um aplicativo de mensagens. Na troca de mensagens, o suspeito chega a pedir o jovem em casamento (veja a seguir).

Ele também teria autorizado o adolescente a compartilhar a conversa na função “melhores amigos”, recurso de redes sociais que permite publicar conteúdo visível apenas para um grupo restrito de contatos selecionados pelo usuário. Testemunhas relataram que o adolescente, o mesmo que aparece nos vídeos de teor sexual, teria mudado de escola há cerca de três meses.
Em outro registro, durante conversas com um suposto amigo, ele afirmou que tentou se entregar à polícia ao ir até a delegacia, mas “não quiseram prendê-lo” (leia abaixo).


- “Ele tinha 16 anos, ele que me procurou, só foi eu e ele” – disse o suspeito.
Ainda de acordo com relatos colhidos pela reportagem, o homem trabalhou anteriormente nas escolas Elga Reis e Noemia, ambas no bairro Guapiranga. Já no Célia Marina, onde as denúncias se concentram, atuava como auxiliar de inclusão. Um tablet supostamente pertencente ao homem teria sido encontrado com diversas imagens e vídeos de adolescentes.
Suspeito rebate afirmações, mas admite relação com adolescente
De acordo com testemunhas, o suspeito também teria oferecido dinheiro a estudantes em troca de atos e imagens de conotação sexual, incluindo jovens atípicos. Ele é apontado por conhecidos como frequentador assíduo de uma igreja evangélica no bairro Umuarama, em Itanhaém, onde atuava como obreiro e regente de crianças.
Em um vídeo que circula nas redes sociais, o homem aparece sem barba e se defende das acusações. “Estão forjando, criando muitas histórias e situações que fogem totalmente da realidade”, afirmou. Na gravação, o suspeito nega ter oferecido dinheiro a menores de idade em troca de conteúdo íntimo e chama as afirmações de “inverdades, fatos infundados”.
Apesar disso, ele admite ter tido um relacionamento com o adolescente de 15 anos envolvido no caso. “Realmente eu tive um relacionamento homoafetivo com esse rapaz, que não é mais uma criança. A lei me garante ter esse relacionamento”, declarou. O homem acrescenta que sua advogada está ciente de toda a situação e nega estar foragido.
Homem é demitido após denúncias
Em nota, a Secretaria de Educação informou que está “comprometida com o acolhimento psicológico dos alunos e pais” e que permanece à disposição das autoridades para qualquer esclarecimento. A pasta acrescentou que o suspeito “não é servidor público da Prefeitura de Itanhaém, mas de uma empresa terceirizada que presta serviço nas unidades escolares”.
A Prefeitura comunicou ainda a abertura de um processo administrativo para apurar o caso e esclareceu que “os fatos narrados, bem como o vídeo que circula nas redes sociais, não ocorreram dentro de unidades escolares da rede municipal”. Já a empresa responsável afirmou ter demitido o funcionário por justa causa assim que tomou conhecimento da denúncia.
O caso é investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Itanhaém, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP). “A autoridade policial realizou oitivas e requisitou perícia”. Entretanto, segundo a pasta, “demais detalhes serão preservados devido à natureza do crime”.
Por fim, o VTV News tentou contato com o homem, mas, até a última atualização desta reportagem, não houve retorno. O espaço segue aberto para manifestações.