Durante a 17ª Cúpula do BRICS neste domingo (6), os líderes dos países-membros assinaram a Declaração dos Líderes do BRICS sobre Governança Global da Inteligência Artificial, documento que estabelece parâmetros para o uso ético, equitativo e sustentável da IA em escala internacional. A diretriz defende que todas as nações, inclusive as em desenvolvimento, devem ter acesso justo à tecnologia, com autonomia para definir suas próprias políticas regulatórias e estratégias de inovação.
A declaração ressalta que o desenvolvimento e a aplicação da IA devem servir ao progresso coletivo, respeitando os direitos fundamentais e combatendo assimetrias tecnológicas. “O desenvolvimento da IA não pode se tornar privilégio de poucos países ou instrumento de manipulação na mão de milionários”, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante a segunda sessão plenária do evento.
O texto também enfatiza que a governança da IA deve ser construída com base em cooperação multilateral, envolvendo atores de diferentes origens, capacidades e funções. Os signatários destacam a importância de uma rede internacional articulada, que contribua com conhecimento técnico, perspectivas políticas e salvaguardas sociais.

Além do uso responsável da inteligência artificial (IA), os países-membros do BRICS reiteraram o direito soberano de cada nação em definir suas políticas digitais. O fortalecimento de infraestrutura tecnológica, a valorização de talentos locais, a proteção de dados e o estímulo à economia digital também figuraram como pontos centrais da declaração.
Para os líderes, o avanço da IA deve promover práticas sustentáveis, aumento de produtividade e melhoria de qualidade de vida, especialmente no Sul Global. Os riscos associados à tecnologia — como a concentração de poder e a obsolescência de mão de obra — foram citados como desafios que precisam ser enfrentados com regulação sólida e compartilhamento de conhecimento técnico.
Partido de Lula publica vídeos feitos por IA
Paralelamente à cúpula internacional, o Partido dos Trabalhadores, sigla do presidente Lula, lançou nesta última semana uma ofensiva digital nas redes sociais com vídeos produzidos por inteligência artificial. A ação, coordenada pelo deputado federal Jilmar Tatto (PT-SP), é descrita como o “início da pré-campanha” à reeleição do presidente Lula.
Os conteúdos marcam a estreia do projeto “BBB” — bilionários, bancos e bets — e buscam associar a proposta de taxação de grandes fortunas à ideia de justiça social. A produção ficou a cargo da empresa Urissanê, do marqueteiro Otávio Antunes.
Em um dos vídeos, personagens simulam uma conversa em mesa de bar, onde pessoas ricas se recusam a pagar pelo que consumiram. A cena sugere uma analogia com a resistência de setores privilegiados à reforma tributária em discussão no Congresso.