Rosemary Ronconi, mãe de Igor Peretto, de 27 anos, morto a facadas no final de agosto em Praia Grande, desabafou na terça-feira (12), após receber fotos do corpo de seu filho nas redes sociais.
Peretto foi assassinado em um crime que chocou o país, e três pessoas próximas a ele – a esposa Rafaela Costa, a irmã Marcelly Peretto e o cunhado e sócio Mario Vitorino – foram presas, acusadas de envolvimento em sua morte.
Indignada com o compartilhamento das imagens, Rosemary disse no Instagram: “Se eu não quis ver até hoje é porque me dói”.
Ela anunciou que tornará sua conta privada e se afastará temporariamente das redes. “Estou muito chateada com esse pessoal sem noção que tem capacidade de mandar as fotos do meu filho no IML [Instituto Médico Legal]”, lamentou.
Rosemary, em outro momento, expressou a dor da “traição tripla” sofrida por Igor, que considerava os acusados pessoas queridas.
O caso gerou comoção e repercussão nas redes sociais, onde a mãe da vítima recebeu apoio de diversas pessoas que repudiaram o envio das imagens e expressaram solidariedade à perda.
O crime
O comerciante Igor Peretto foi encontrado morto, aos 27 anos, no dia 31 de agosto, em Praia Grande, vítima de 40 facadas dentro do apartamento da própira irmã. De acordo com a denúncia do Ministério Público (MP), o crime foi resultado de um plano elaborado por seu cunhado, Mario Vitorino da Silva Neto, sua irmã, Marcelly Marlene Delfino, e sua esposa, Rafaela Costa da Silva.
A investigação revelou um cenário de traição e vingança. Mario, que era sócio de Igor Peretto, mantinha um relacionamento extraconjugal com Rafaela, segundo a Polícia Civil. A situação teria se complicado ainda mais quando Marcelly, irmã de Igor e esposa de Mario, também se envolveu com Rafaela.
De acordo com o MP, o triângulo amoroso, mantido em segredo, transformou Igor em um “empecilho” para os planos dos amantes.
Na noite do crime, os quatro envolvidos estiveram juntos em uma festa. Após a celebração, as duas mulheres foram ao apartamento de Marcelly, onde trocaram carícias. Em seguida, Igor e Mario também foram para o local.
Rafaela deixou o apartamento pouco antes da chegada dos dois homens. Segundo o relatório policial, no interior do imóvel, uma discussão acalorada se iniciou e Mario teria desferido diversos golpes de faca em Igor Peretto.
Marcelly, embora negue qualquer participação no homicídio de seu irmão, saiu da cena do crime com as roupas manchadas de sangue e com as unhas quebradas.
Segundo o delegado responsável pelo caso, em tese não é compatível com a descrição de que teria ficado no quarto e não se envolvido, e que apenas teria visto o desfecho da situação.
Ele também aponta que as supostas contradições no depoimento põem em dúvida até que ponto estaria envolvida na ação que culminou no assassinato de Igor, e na omissão, não sendo descartada a possibilidade de que ela tenha golpeado o irmão.
Próximos passos
Em depoimentos à polícia, os acusados narraram uma série de eventos que envolveram discussões acaloradas e consumo de álcool e drogas.
O crime trouxe à tona detalhes perturbadores. O laudo pericial indicou que Igor sofreu sete facadas na região do peito, rosto e costas, além de uma luta corporal evidenciada por marcas de sangue espalhadas pelo apartamento. A faca usada no crime foi encontrada no banheiro, com sinais de uso intenso.
Rafaela e Marcelly se entregaram à polícia em 6 de setembro, enquanto Mario foi localizado dias depois em Torrinha (SP), onde estava escondido na casa de um tio de Rafaela.
Com a prisão do trio convertida para preventiva, o caso deve ir a júri popular. A família de Igor espera que o processo traga justiça.
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