O Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal de Campinas (STMC) realizou uma vistoria na manhã desta quinta-feira (22) no Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal (DPBEA), em Campinas, e expôs uma série de irregularidades e a situação precária da unidade.
Segundo o engenheiro do Trabalho Eduardo Martinho Rodrigues, corpos de animais mortos estavam armazenados em um freezer, e havia apenas dois servidores operacionais para limpar e cuidar das baias onde estão abrigados mais de 100 animais, muitos deles em estado delicado de saúde.
Diante do cenário, os diretores do sindicato exigiram providências urgentes para melhorar a estrutura do local e reforçar o quadro de funcionários.
“O que encontramos fere diversas normas de segurança e bem-estar no ambiente de trabalho”, afirmou Rodrigues. “As condições sanitárias dos vestiários e banheiros são totalmente inadequadas. A iluminação é deficiente em todos os espaços, a parte elétrica está comprometida, e a ergonomia dos postos de trabalho não é respeitada. A situação é grave. Além disso, o número reduzido de funcionários operacionais dificulta o atendimento da demanda”, detalhou o engenheiro do STMC.
No mesmo dia, à tarde, a Prefeitura de Campinas, por meio da Secretaria do Clima, Meio Ambiente e Sustentabilidade (Seclimas), divulgou uma nota informando que está em desenvolvimento o projeto do CIA (Centro de Integração Animal). A nova estrutura reunirá serviços voltados ao cuidado de animais domésticos e silvestres e abrigará o primeiro CRAS (Centro de Recuperação de Animais Silvestres) da Região Metropolitana de Campinas.
O CIA será construído em um terreno doado pelo governo federal, às margens da Rodovia Anhanguera, próximo ao Jockey Clube. Uma emenda parlamentar de R$ 5 milhões já está destinada às obras. Após a conclusão do projeto executivo, será aberta licitação para a construção. Só então será possível definir o cronograma das obras.
O novo centro deve substituir e ampliar o trabalho atualmente realizado pelo DPBEA. A sede do departamento, localizada na Vila Boa Vista, passará por reforma. O projeto de reestruturação será apresentado na próxima semana, apontou a pasta.
Como funciona o DPBEA
O Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal funciona como abrigo temporário para cães e gatos vítimas de maus-tratos ou atropelamento, resgatados pelo Samu Animal. No local, os animais recebem atendimento médico-veterinário, são castrados, vacinados e microchipados. O tempo médio de permanência é de 45 dias, até estarem aptos à adoção.
Atualmente, 40 gatos e 100 cães estão abrigados na unidade. Após esse período, os animais são encaminhados para um abrigo em Mairinque (SP), a cerca de 100 km de Campinas. O espaço conta com baias de alvenaria protegidas contra vento e chuva, com áreas de solário. Cada animal ocupa, no mínimo, cinco metros quadrados, e o abrigo hospeda cerca de 400 animais atualmente.
Serviços oferecidos pelo DPBEA
- Samu Animal: mais de 2.200 animais socorridos
- Consultório Veterinário Móvel: mais de 41 mil atendimentos
- Castramóvel: mais de 37 mil castrações realizadas
- Feiras de Adoção: mais de 800 adoções promovidas