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Fábrica clandestina de fuzis em Santa Bárbara d’Oeste abastecia o Comando Vermelho; revela PF

De acordo com a PF, a fábrica contava com 11 equipamentos industriais de alta precisão, como tornos e fresadoras, e tinha capacidade para fabricar até 3.500 fuzis por ano
Fábrica clandestina de fuzis em Santa Bárbara d’Oeste abastecia o Comando Vermelho; revela PF

Uma fábrica clandestina instalada em Santa Bárbara d’Oeste (SP) produzia fuzis de alto calibre que abasteciam o Comando Vermelho, no Rio de Janeiro, segundo investigação da Polícia Federal. Durante a operação, foram apreendidos 150 fuzis prontos e mais de 30 mil peças, além de identificada a rota de transporte das armas para comunidades controladas pela facção. A ação ganhou destaque no Fantástico deste domingo (2).

De acordo com a PF, a fábrica contava com 11 equipamentos industriais de alta precisão, como tornos e fresadoras, e tinha capacidade para fabricar até 3.500 fuzis por ano. Segundo o delegado Samuel Escobar, responsável pela investigação, a estrutura era comparável à de uma indústria legal:

“Ele fabricava o fuzil por inteiro. Era uma planta industrial profissional. Não era uma fábrica de garagem… Eram equipamentos de alta precisão que custavam milhões de reais”, explicou Escobar em entrevista ao Fantástico.

Fábrica clandestina de fuzis em Santa Bárbara d’Oeste abastecia o Comando Vermelho; revela PF
Imagem reprodução: Polícia Militar

Transporte das armas

A investigação começou antes da megaoperação realizada nesta terça-feira (28) no Rio de Janeiro, com a prisão de Rafael Xavier do Nascimento, que transportava fuzis de São Paulo para o Complexo do Alemão, outras comunidades da Zona Norte do Rio e áreas de milícias. Ele foi preso em flagrante com 13 fuzis na Via Dutra. No telefone do suspeito, a PF encontrou mensagens detalhando a entrega das armas.

Outro integrante detido foi Anderson Custódio Gomes, do núcleo operacional da quadrilha. Ele e um comparsa foram presos transportando peças suficientes para a produção de 80 fuzis, que saíam da fábrica em Santa Bárbara d’Oeste rumo ao depósito da quadrilha em Americana (SP).

Propriedade e fachada da fábrica

A fábrica operava sob o CNPJ de uma empresa de peças aeronáuticas, de propriedade do piloto Gabriel Carvalho Belchior, que ganhou notoriedade em 2015 após um acidente aéreo no mar da Praia do Leblon, no Rio. Antes da operação, Gabriel havia saído do país e, segundo mensagens enviadas a familiares, estava nos Estados Unidos.

Segundo a PF, ele enviava fuzis desmontados para o Brasil dentro de caixas de piscinas infláveis e outras mercadorias, compradas nos EUA e despachadas de uma casa que alugava na Flórida. Em agosto, a Receita Federal interceptou uma dessas remessas. Gabriel segue foragido e teve seu nome incluído na lista da Interpol.

Alcance da quadrilha

Os investigadores estimam que a indústria clandestina forneceu cerca de mil fuzis para facções no Rio — incluindo Complexo do Alemão, Rocinha e Complexo da Maré —, milícias e também para grupos criminosos na Bahia e no Ceará.

A Polícia Civil do Rio fará perícia nos mais de 90 fuzis apreendidos na megaoperação contra o Comando Vermelho na última terça-feira (28). Pelo menos 25 deles são modelos AR-15, calibre 556, idênticos aos produzidos na fábrica de Santa Bárbara d’Oeste.

Megaoperação no Rio

De acordo com a Polícia Civil do Rio, 121 pessoas morreram durante a operação da última terça-feira (28), sendo quatro policiais. Até o momento, segundo a polícia, foi constatado que, entre os demais mortos, 95% teriam ligação comprovada com o Comando Vermelho.

Além disso, 59 tinham mandados de prisão pendentes e 97 apresentavam históricos criminais relevantes. 17 vítimas não tinham anotações criminais, mas, ainda segundo a polícia, 12 deles apresentaram indícios de participação no tráfico de drogas em suas redes sociais.

Dos mortos, 62 eram de outros estados, sendo 19 do Pará, 12 da Bahia, 9 do Amazonas e 9 de Goiás, entre outros. A polícia também informou que as perícias já foram concluídas e os corpos liberados pelo IML, restando apenas dois laudos inconclusivos.

A operação também resultou em 113 pessoas presas e 10 menores apreendidos. 118 armas foram apreendidas, além de munições, explosivos, drogas e equipamentos militares.


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Autor

  • Camila Borges dos Santos

    Jornalista formada pela Universidade Paulista em 2023, com experiência em apuração, produção de pautas, apresentação e cobertura de matérias jornalísticas em diferentes formatos.

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