Em um preocupante cenário de violência sexual, dados de 2025 revelam um aumento nos casos de estupro na região de Campinas, interior de São Paulo. Segundo informações divulgadas pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de SP, nesta segunda-feira (31), no mês de fevereiro de 2025 houve uma alta de 72,73% nos registros de ocorrências de estupro em comparação a janeiro. Enquanto janeiro registrou 22 casos, fevereiro contabilizou 38, um aumento de 16 casos em apenas um mês.
Na metrópole de Campinas, os números também são alarmantes. Em janeiro, a cidade registrou 5 ocorrências de estupro, enquanto em fevereiro os casos saltaram para 12. Em comparação com o ano de 2024, o cenário foi diferente, com uma diminuição no número de registros: em janeiro de 2024 foram 15 casos, enquanto em fevereiro desse ano foram 9.
Os estupros de vulneráveis, que costumam ser mais prevalentes, também apresentaram uma diminuição nos dois primeiros meses deste ano. Em janeiro, foram registrados 89 casos, e em fevereiro o número caiu para 63, o que representa uma diminuição de 29,21%.
Nos últimos 10 anos, 2018 foi o ano com o maior número de ocorrências desse tipo registradas, com 328 casos, seguido de 2023, com 315.

Segundo a Prefeitura de Campinas, medidas públicas para garantir a segurança das mulheres estão sendo implementadas no município, incluindo o Botão Bela (Botão de Emergência na Luta contra o Assédio) e o Abrigo Amigo.
O Bela, de acordo com a prefeitura, é uma ferramenta de combate ao assédio contra mulheres no transporte público coletivo. A ferramenta permite que a vítima, ou outras pessoas que presenciem o assédio, acionem o botão dentro do ônibus por meio do aplicativo da Emdec. A Guarda Municipal pode rastrear e abordar o veículo.
Já o Abrigo Amigo oferece companhia remota aos passageiros que aguardam o ônibus à noite, especialmente mulheres e pessoas vulneráveis. Entre 11 de setembro (data de lançamento) de 2023 e 14 de janeiro de 2025, o projeto registrou mais de 1,5 mil chamadas solicitando “companhia remota”, além de uma ocorrência encaminhada às forças policiais e outra relacionada a alagamentos. Campinas mantém 13 abrigos equipados com a tecnologia.
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Violência contra mulher: Número de feminicídios atinge recorde histórico em 2024
O número de feminicídios atingiu um recorde histórico no estado de São Paulo em 2024: em média, uma mulher foi assassinada a cada 36 horas. De janeiro a novembro de 2024, 226 mulheres foram mortas, um aumento de 16% no número de casos desse tipo em relação a 2023.
Mesmo sem os dados de dezembro de 2024, o número já é o maior desde 2015, quando os crimes contra mulheres por questões de gênero passaram a ter penas mais severas. Os dados, divulgados pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, acendem o alerta sobre o agravamento da violência contra as mulheres e a necessidade de medidas para conter esse tipo de crime.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, apesar de existir a medida protetiva, muitas vítimas desconhecem que devem registrar um novo boletim de ocorrência caso ela seja violada. O órgão não comentou sobre o aumento no número de feminicídios.