A conta de luz em outubro virá com bandeira vermelha patamar 1, conforme anunciado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) nesta sexta-feira (26). Isso representa um adicional de R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos, valor menor que o cobrado no patamar 2, que vigorou nos meses anteriores e adicionava R$ 7,87 por 100 kWh.
Apesar da redução, a cobrança extra reflete um cenário ainda desfavorável de geração de energia no país. Segundo a ANEEL, o baixo volume de chuvas e a queda no nível dos reservatórios das hidrelétricas tornam necessário o acionamento de usinas termelétricas, que tem custo mais elevado.
Por que as termelétricas são acionadas?
As termelétricas entram em operação quando as hidrelétricas não conseguem suprir a demanda. Além de serem mais caras, geram impactos ambientais maiores, mas são fundamentais para garantir o fornecimento de energia em períodos de estiagem ou menor produção das fontes renováveis.
Outro ponto importante destacado pela ANEEL é que a geração solar é intermitente, ou seja, não injeta energia na rede durante todo o dia. Por isso, especialmente nos horários de pico, é necessário recorrer às termelétricas para assegurar o equilíbrio do sistema elétrico.
O que muda na conta de luz em outubro?
Com a bandeira vermelha patamar 1 em vigor, o consumidor vai sentir um alívio em relação aos últimos meses, mas a conta de luz ainda terá cobrança extra. O valor adicional cai de R$ 7,87 (patamar 2) para R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos.
Na prática, quem mantém o mesmo padrão de consumo verá uma redução no acréscimo da fatura, mas não voltará ao nível de bandeira verde ou amarela, que tem custo menor ou nenhum. Ou seja: a conta continua mais cara do que em períodos de condições favoráveis, mas menos pesada do que vinha sendo registrada até setembro.
Simulação: quanto a conta de luz pode subir
Veja simulações de impacto do adicional da bandeira vermelha patamar 1 em diferentes perfis de consumo:
| Perfil de consumo | Consumo mensal (kWh) | Valor extra na conta |
|---|---|---|
| Baixo (casa pequena) | 150 kWh | R$ 6,69 |
| Médio (família de 4 pessoas) | 250 kWh | R$ 11,15 |
| Alto (uso de ar-condicionado) | 500 kWh | R$ 22,30 |
| Muito alto (residência grande) | 800 kWh | R$ 35,68 |
Impacto em Campinas, Baixada Santista e região
Na prática, o peso da conta de luz varia conforme o consumo e a tarifa de cada concessionária. Em Campinas, por exemplo, a alta deve afetar principalmente famílias que usam ar-condicionado em dias mais quentes.
Na Baixada Santista, onde a umidade e o calor aumentam a demanda por ventiladores e refrigeradores, a tendência é de contas mais pesadas em outubro.
Na Região Bragantina e em Piracicaba, o consumo doméstico também deve subir com o calor e o uso de eletrodomésticos mais intensos. Procons locais orientam consumidores a reforçar o uso consciente para evitar sustos no fim do mês.
Como economizar energia?
Com a chegada da primavera, o uso de equipamentos como ventiladores, ares-condicionados e geladeiras costuma aumentar. Confira algumas dicas práticas para economizar energia:
- Prefira ventilador ao ar-condicionado sempre que possível;
- Mantenha filtros do ar-condicionado limpos, aumentando a eficiência;
- Desligue aparelhos da tomada quando não estiverem em uso;
- Use a máquina de lavar em ciclos completos, evitando desperdício de água e energia;
- Troque lâmpadas comuns por LED, mais econômicas e duráveis;
- Aproveite a iluminação natural durante o dia para reduzir o uso de lâmpadas.
Como funcionam as bandeiras tarifárias
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado pela ANEEL em 2015. Ele não representa um custo novo, mas sim um mecanismo que mostra ao consumidor o custo real da energia no momento do consumo:

Vídeo: entenda como funcionam as bandeiras
A ANEEL reforça que o consumo consciente ajuda a reduzir a pressão sobre o sistema elétrico e a preservar os recursos naturais. Para esclarecer a população, o órgão divulgou um vídeo explicando como funciona o acionamento das bandeiras tarifárias.