O homem morto a tiros nesta quarta-feira (22) em São Vicente, na Baixada Santista, tinha histórico criminal que incluía roubo qualificado e homicídio de policial. Edson Pereira dos Santos Reis, de 31 anos, já havia sido preso por roubo em 2013 e respondia pela suposta participação no assassinato do sargento aposentado Gerson Antunes de Lima, em 2023.
Conforme noticiado, Edson chegava ao depósito de materiais de construção para trabalhar quando foi surpreendido por dois homens em uma motocicleta, que efetuaram vários disparos. Ele foi encontrado com ferimentos de arma de fogo na cabeça, no tórax e na perna. O crime ocorreu na Avenida Dom Pedro II, no Conjunto Residencial Tancredo Neves.
O VTV News procurou a advogada de Edson, que explicou que, em relação ao processo pelo homicídio do policial, ele deve ser encerrado porque o réu não poderá mais ser punido. Entenda a seguir.
Acusado de participar da morte de sargento aposentado
Edson e outros dois homens foram apontados como responsáveis pelo assassinato do sargento aposentado Gerson Antunes de Lima, ocorrido em 8 de setembro de 2023. Na ocasião, o PM varria a rua na Rua Juarez Távora, na Cidade Náutica, quando foi alvejado. Ele não resistiu aos ferimentos, e a Justiça decretou prisão preventiva dos possíveis envolvidos.
Um quarto suspeito morreu durante uma tentativa de abordagem policial em outubro de 2023. De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), o promotor responsável pelo caso classificou o assassinato como meio cruel, destacando que os acusados já tinham envolvimento com atividades criminosas e atacaram o sargento por ele ser agente de segurança.
Os réus responderam por homicídio com quatro qualificadoras: meio cruel, recurso que impossibilitou a defesa, crime contra agente de segurança e uso de arma de fogo de uso restrito. Segundo a advogada Tatiana Lopes Balula, que defende Edson, o processo estava em fase de instrução, e ele “passou a responder em liberdade, pois ainda não havia evidências claras de sua participação no crime”.
Condenado por roubo qualificado, mas sem cumprir pena
Além de responder pelo envolvimento no homicídio do policial, Edson havia sido condenado a cinco anos e quatro meses de prisão por roubo qualificado em 2013, em São Vicente. A sentença foi confirmada pela 3ª Câmara de Direito Criminal do TJ-SP, mas ele não chegou a cumprir a pena devido à prescrição, já que passou muito tempo entre o julgamento e sua captura.
Conforme a decisão do juiz Renato de Almeida Mascarenhas, o processo transitou em julgado em 2016, mas a pena foi declarada extinta em 2025 por prescrição, devido ao tempo decorrido entre a decisão definitiva e a execução da sentença.
Morte violenta em frente ao trabalho
De acordo com o boletim de ocorrência (BO), a vítima foi encontrada em frente ao depósito, “caída, sentada e encostada na parede”. Imagens obtidas com exclusividade pelo repórter Pietro Falbuon, da VTV, afiliada do SBT, mostram os criminosos agindo rapidamente e fugindo logo após os disparos – não é possível ver o momento do tiroteio (assista acima).
Edson foi morto por volta das 8h20. Equipes da Polícia Militar (PM) isolaram a área e acionaram a perícia, e o corpo foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) de Santos, onde passará por exame necroscópico antes de ser liberado à família. O caso foi registrado como homicídio no 2º Distrito Policial e encaminhado à Delegacia de Investigações Gerais (DIG).
“Ele tinha levado a documentação esta semana para ser fichado. Ia ter o registro de ‘celetista’ no local onde já estava prestando serviço. Então, realmente, ele era uma pessoa que estava trabalhando atualmente e, infelizmente, teve a vida ceifada, e a gente nem sabe dizer o motivo”, disse a advogada.
Em nota, a Prefeitura de São Vicente informou que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou a ser acionado, mas, segundo a Secretaria de Saúde (Sesau), Edson não resistiu à gravidade dos ferimentos e morreu ainda no local. A motivação do crime ainda é investigada.

