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Domingo: STF mantém bloqueio de emendas irregulares

Decisão pode impactar orçamento de estados e municípios em 2025

Foto: Gustavo Moreno/SCO/STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, neste domingo (29), manter o bloqueio de 5.449 emendas parlamentares classificadas como irregulares, por descumprirem normas legais.

Essas emendas representam um montante significativo de aproximadamente R$ 4,2 bilhões.

A decisão foi assinada pelo ministro Flávio Dino, reforça a necessidade de clareza e responsabilidade na aplicação do dinheiro público.

Foco na Transparência: Um Golpe no “Orçamento Secreto”

O ministro Flávio Dino foi enfático ao abordar a falta de transparência associada ao chamado “Orçamento Secreto”. Ele destacou que os recursos públicos devem ser utilizados com critérios claros e em benefício da sociedade, e não escondidos em práticas que alimentam a desconfiança e a desinformação.

“A transparência é um dever em relação aos reais donos do dinheiro público. Práticas orçamentárias tumultuadas ou ímprobas enfraquecem a política e dão força à antipolítica,” destacou Dino em sua decisão.

Na prática, a decisão aponta que conquistas nobres, como a obtenção de recursos para comunidades, perdem seu valor quando envoltas em opacidade ou desvios de finalidade.

O Que São as Emendas de Comissão?

As chamadas “emendas de comissão”, que deveriam ter caráter nacional e estrutural, são um mecanismo pelo qual as comissões parlamentares indicam a destinação de recursos públicos. No entanto, o STF constatou que essas emendas têm sido usadas sem a devida conformidade com normas legais e constitucionais.

Na decisão, Dino declarou a nulidade do Ofício nº 1.4335.458/2024, impossibilitando o Executivo de realizar empenhos com base nessas emendas. O ministro destacou que, para o orçamento de 2025, será imprescindível que essas emendas sigam rigorosamente os parâmetros legais, garantindo sua destinação a ações estruturantes de real impacto social.

Como medida de transição, o STF permitiu que as emendas empenhadas até 23 de dezembro de 2024 sejam executadas, desde que não apresentem outras irregularidades. Essa modulação busca equilibrar a necessidade de correção com a preservação de serviços já planejados.

Recursos Para Saúde e Prazos Ajustados

Um ponto crítico da decisão envolve as emendas parlamentares destinadas ao setor de saúde. Problemas administrativos no Ministério da Saúde, como a ausência de contas específicas para os fundos, dificultaram a execução dessas emendas.

Para contornar a situação, o STF autorizou movimentações dos recursos até 10 de janeiro de 2025, mesmo sem a abertura de contas específicas. Após essa data, o uso dos recursos estará condicionado ao cumprimento das normas previamente estabelecidas.

Além disso, Dino garantiu o empenho imediato das emendas impositivas para a saúde até 31 de dezembro de 2024, assegurando que os serviços essenciais não sejam interrompidos.


“O que está em jogo não é apenas a adequação técnica, mas a continuidade de políticas públicas que afetam diretamente a vida da população,” enfatizou o ministro.

Investigações em Andamento

A decisão também lança luz sobre possíveis irregularidades e desvios envolvendo as emendas de comissão. A Polícia Federal foi acionada para investigar as denúncias e esclarecer as motivações e circunstâncias dessas práticas.

Embora Dino tenha reconhecido que podem ter ocorrido erros administrativos ou interpretações equivocadas, ele não descartou a possibilidade de ações ilícitas. O inquérito, já instaurado, conta com documentos fornecidos por partidos políticos, organizações civis e parlamentares.

Autonomia e Responsabilidade Entre Poderes


O STF deixou claro que sua decisão não representa interferência na autonomia do Poder Legislativo, mas sim uma resposta necessária para assegurar que a execução do orçamento esteja em conformidade com as normas constitucionais. Dino ressaltou que nem mesmo as emendas constitucionais aprovadas pelo Congresso estão acima do controle jurisdicional.

Ao defender o diálogo institucional como alternativa para resolver conflitos, o ministro destacou os avanços obtidos em reuniões coordenadas pelo presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e com a aprovação da Lei Complementar nº 210/2024.

“Mais do que ameaças ou retaliações, o caminho correto é o cumprimento das normas jurídicas e o respeito ao interesse público,” afirmou Dino.

Impacto para estados e municípios

Essa decisão do STF, além de repercutir no orçamento de estados e municípios, representa um marco para o fortalecimento da transparência e da responsabilidade na gestão pública. Embora traga desafios imediatos para a execução de algumas políticas, também sinaliza um esforço para reverter práticas que há tempos minam a credibilidade das instituições.

Ao mesmo tempo, a decisão reacende um debate essencial: como assegurar que bilhões de reais do orçamento público sejam aplicados com justiça e eficiência? A resposta, como aponta Dino, está na transparência, no diálogo e no respeito à Constituição.

Autor

  • Maycon Leão

    Correspondente da VTV em Brasília. Direto da capital federal, atualiza os bastidores da politica e as movimentações que afetam nossa região.

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