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Artista de Campinas faz parte do elenco de “Ainda Estou Aqui”

O ator e educador-social Daniel de Almeida participou do filme como o personagem Marlon

Imagem: Arquivo Pessoal

O filme brasileiro “Ainda Estou Aqui”, indicado para concorrer no Oscar 2025 à disputa da estatueta nas categorias de Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz, e que rendeu à atriz Fernanda Torres o Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz de Filme (drama), tem a participação de Campinas. O ator e educador-social Daniel de Almeida participou do filme como o personagem Marlon.

O artista é professor do curso de Audiovisual na Sala dos Toninhos, na Estação Cultura, espaço gerido pela sociedade civil e cedido pela Prefeitura de Campinas, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo. 

“Estou muito feliz, muito alegre. Parece que a ficha não caiu. É incrível”, comemora Daniel. Direto da Sala de Toninhos, espaço onde dá aulas e constrói cultura em Campinas, Daniel contou um pouco de sua história. “Me vejo menino de uma família de seis irmãos, mãe costureira, pai da construção civil, pensando em fazer arte, cinema, TV. Me lembro de dizer para minha mãe que ainda seria ator”, destaca. 

O artista desenvolve na Sala dos Toninhos um curso de Audiovisual. Com duração de 8 meses, o curso teve na última turma 26 egressos que produziram dois curtas como produto final. No mesmo local, funciona o grupo de teatro Carcaça, dirigido por ele, com participação de sete artistas. A última peça na qual trabalham é “Casa de Orates”, baseada no livro Alienista de Machado de Assis. 
 

Imagem: Arquivo Pessoal


Natural de Alagoas, Daniel se mudou, ainda pequeno, para Peruíbe (SP), na Baixada Santista. Lá, um amigo de seu pai lhe contou sobre Campinas e a cena cultural da cidade. Se mudou para cá em busca de oportunidades, que vieram em forma de um curso de teatro.

“Eu trabalhava num restaurante no Cambuí, com 14 anos, e me lembro de ter visto uma matéria sobre uma aula gratuita de teatro no Sesi Amoreiras. Pensei que era aquilo mesmo que precisava”, conta. 

Começava ali uma história com a arte, incentivada pela professora Maria Inês Rezende Vianna, do Sesi. “Desenvolvi ainda mais esse meu gosto pela arte, pela técnica e fiz grandes papéis, ao mesmo tempo em que exercia outras atividades para sobreviver. Era vendedor, ajudante de cozinha, uma luta diária”, relembra.

“Comecei a trabalhar com produtoras, carregando fio, sendo cinegrafista e hoje posso dizer que sobrevivo da arte. Sou educador-social, dou aula de teatro e cinema em projetos próprios, com organizações não-governamentais, como o Progen e o Ideia Coletiva. Também dirijo um grupo de teatro com sete integrantes na Estação Cultura e o curso de Audiovisual na Sala dos Toninhos”, diz. 

“Vejo hoje, esse menino que sonhava com o Oscar, ver sua carreira dar uma guinada, com representações interessantes e oportunidade de trabalhar com diretores como Fernando Meirelles, Marco Dutra e Juliana Rojas, além do Walter Salles”, disse. 

Convite para o filme “Ainda estou aqui”

O convite para “Ainda Estou Aqui” partiu de uma produtora do Rio de Janeiro. “Eu só fui descobrir qual era o filme quando cheguei ao Rio. Até então, sabia apenas que o diretor era o Walter Salles”, disse. As cenas foram gravadas todas em São Paulo e Daniel teve a oportunidade de ver o filme ainda na pré-estreia, com todo o elenco, também na capital paulista. 

“Meu personagem, Marlon, abre essa porta para a Eunice pegar o atestado de óbito do Rubens. É uma cena de uma humanidade muito grande”, conta Daniel. A cena, na parte final do filme, mostra a familiaridade entre a personagem vivida por Fernanda Torres e o porteiro Marlon de Daniel de Almeida, que trabalha no Fórum paulistano onde a protagonista vai buscar o documento que comprova a morte do marido, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, desaparecido político levado de casa pelos órgãos de repressão da ditadura brasileira no início da década de 1970. O diálogo deixa clara a proximidade dos dois.

A experiência de contracenar com Fernanda Torres foi gratificante, segundo ele. “Eu agradeci porque aquele trabalho era um portal que se abria para mim. E ela me respondeu que para ela também, porque quando, em sua idade, poderia ter a oportunidade de contar a história dessa mulher maravilhosa [Eunice Paiva]?”. Daniel conta que também teve a chance de gravar com a Fernanda Montenegro, em uma cena que não faz parte da montagem final do filme. 

A secretária municipal de Cultura e Turismo de Campinas, Alexandra Caprioli, destaca o protagonismo da cultura campineira, representada por artistas como Daniel de Almeida, que veio construir sua carreira na cidade desde a adolescência. “Estamos muito orgulhosos pelo papel do Daniel no filme ‘Ainda Estou Aqui’. É uma conquista que demonstra a efervescência e o ativismo cultural de Campinas e seu papel importante no cenário nacional, formando artistas que levam seu talento para além dos limites da cidade”, disse.  

Imagem: Arquivo Pessoal

Filme “Ainda estou aqui” indicado ao Oscar

Baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, “Ainda Estou Aqui” narra a emocionante saga de Eunice Paiva em busca de seu marido, Rubens Paiva, ex-deputado cassado no golpe de 1964 e desaparecido durante o regime militar. Marcelo é filho do casal e o livro conta parte da história da família.

Coproduzido entre Brasil e França, o filme é dirigido por Walter Salles e o elenco conta com artistas de renome como Selton Mello, Fernanda Montenegro, Marjorie Estiano, Antônio Saboia, Maeve Jinkings, Humberto Carrão e Dan Stulbach. A produção é da VideoFilmes, RT Features e Mact Productions, em coprodução com Globoplay, ARTE France e Conspiração, com distribuição no Brasil pela Sony Pictures.

Mais de 3 milhões de espectadores já assistiram ao filme e em 5 de janeiro, Fernanda Torres se tornou a primeira atriz brasileira a ganhar o Globo de Ouro de Melhor Atriz. A produção estreou no 81º Festival de Veneza, recebendo o prêmio de melhor roteiro. Na 48ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, recebeu o prêmio do público de melhor filme de ficção. Foi indicado ao Critics’ Choice Awards 2025 como Melhor Filme Internacional e selecionado pela Academia Britânica de Artes do Cinema e Televisão para competir por uma vaga entre os cinco finalistas do BAFTA, a maior premiação de artes visuais daquele país.

Na quinta-feira (23), “Ainda estou aqui” foi indicado ao Oscar 2025 de Melhor Filme, a categoria principal da competição, de Melhor Filme Internacional e de Melhor Atriz, com Fernanda Torres sendo forte candidata a levar a estatueta. Em 1999, sua mãe, a atriz Fernanda Montenegro, que também está no filme vivendo Eunice Paiva em seus últimos anos, concorreu ao mesmo prêmio por “Central do Brasil”, também dirigido pelo cineasta Walter Salles. 

O filme está em cartaz em cinemas de todo o Brasil e pode ser visto em várias salas de cinema Campinas. 

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