Imagens: YouTube CanalGov/Reprodução.
Neste 8 de janeiro de 2025, o Brasil relembra os ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, ocorridos dois anos atrás. A data foi marcada por eventos que destacaram tanto a restauração do patrimônio cultural quanto os avanços na responsabilização dos envolvidos nos atos antidemocráticos.
Ações do STF e números de presos e condenados
Desde os ataques, o Supremo Tribunal Federal (STF) tem avançado na responsabilização dos envolvidos. Até agora, 371 pessoas foram condenadas por participação direta ou incitação às ações que culminaram na invasão e depredação de prédios públicos. As penas variam de multas a longas sentenças de prisão, de acordo com o grau de envolvimento de cada réu.
Inicialmente, cerca de 1.398 pessoas foram presas após os ataques. Destas, algumas tiveram suas prisões relaxadas ou substituídas por medidas cautelares, mas cerca de 300 pessoas permanecem detidas. Além disso, as investigações seguem em andamento, buscando identificar financiadores, organizadores e líderes responsáveis pelos atos. Novos julgamentos estão previstos para 2025, reforçando o compromisso das instituições com a ordem democrática.
Restauração do patrimônio cultural
Em uma cerimônia simbólica realizada hoje, 21 obras de arte vandalizadas durante os ataques foram devolvidas aos seus locais originais, como o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF. Entre os destaques, estão o quadro “As Mulatas”, de Di Cavalcanti, e um relógio pêndulo do século XVIII.
O processo de restauração, que durou dois anos, simboliza a superação dos danos materiais e a resiliência das instituições democráticas. O evento contou com a presença de autoridades do Executivo, Legislativo e Judiciário, reafirmando o compromisso com a democracia e a preservação do patrimônio histórico e cultural do país.
Discurso do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva
O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou, em discurso, a importância da democracia e da responsabilização dos envolvidos nos atos. Ele afirmou:
“Não há perdão para quem atenta contra a democracia, contra seu país e contra o seu próprio povo. O perdão soaria como impunidade. E a impunidade, como salvo-conduto para novos atos terroristas.”
Lula também enfatizou que a união nacional e a redução das desigualdades sociais são pilares fundamentais para fortalecer o sistema democrático e impedir retrocessos.
Discurso do Ministro Alexandre de Moraes
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, destacou a necessidade de vigilância constante diante de ameaças antidemocráticas. Ele afirmou:
“Todos nós achávamos que o golpismo, esse novo populismo digital extremista, tinha se dado por vencido. E nós erramos. Porque não estava vencido, e não está vencido. Não estava vencido e no 8 de janeiro isso foi demonstrado.”
Moraes também defendeu a criação de regras claras para a participação de militares na política, reforçando a importância de proteger a democracia brasileira.
Compromisso com a democracia
Dois anos após os ataques, o Brasil continua lidando com as consequências daquele dia. Os números de presos e condenados, as ações de restauração e os debates sobre a proteção institucional mostram o esforço contínuo para preservar o Estado de Direito e evitar novos episódios de violência contra a democracia.
A cerimônia de hoje simbolizou não apenas a memória de um dia marcante, mas também a força das instituições e a determinação do país em consolidar a democracia como um valor inegociável.